Lições de Investimento de Buffett (2)
O modelo de Avaliação Básico de um negócio está na planilha Excel em anexo . Coloque no numerador da fração o chamado Fluxo de Caixa Livre (FCL) do Lucro (anual) do negócio. Para uma empresa pequena é quanto o dono tira para si (anualmente). Não é exatamente o Lucro, mas o Lucro distribuído (Dividendos numa empresa grande).
Cuidado neste item que parece simples: há que apurar o Lucro Livre de necessidades de investimentos em Capital de Giro ou Permanente. Por ex.:
- No comércio ou indústria é comum que o prazo médio de pagamento (PMP) a Fornecedores seja menor do que o prazo médio de recebimentos (PMR) dos clientes. Neste caso, há um investimento em Capital de Giro. Se as Vendas estão aumentando ano a ano, o investimento também aumenta. Neste caso o empresário vai notar que não consegue tirar todo o lucro que o contador diz que tem o negócio: porque está investindo em Giro.
- Em prestação de serviços de alta tecnologia é comum ter que investir em equipamentos e/ou softwares caros. Aqui também o Lucro apurado não poderá ser totalmente distribuído.
Enfim, só o Lucro distribuível é que deve ser considerado para avaliar o negócio. Na verdade esta é uma avaliação do Ativo da empresa. Para avaliar quanto é dos acionistas / quotistas, isto é o Capital Próprio há que deduzir eventuais dívidas de longo prazo com bancos (Fornecedores não entram nesta conta). A diferença é quanto vale para os donos / acionista / quotistas.
Faça agora uma avaliação básica (por baixo) de seu negócio.
Uma consultoria que lida na intermediação na compra e venda de empresas pequenas tem a seguinte estatística: a maioria das empresas que estavam oferecidas abaixo do valor pelo critério aqui tratado, foram rapidamente negociadas; aquelas que estavam acima, nenhuma o foi. Isto mostra que os investidores fazem conta do valor de um negócio de modo técnico. Mostra também que quem vendeu perdeu dinheiro e quem comprou, fez bom negócio já que, repetindo, esta avaliação é por baixo (ver a seguir porque).
O conceito é simples, enfim, mas a manipulação na prática pede cuidados: muitos negócios estão com suas Receitas crescendo ano a ano e a fórmula não contempla isto. O modelo deve ser modificado. Mas qual a tendência de crescimento: linear? Com que inclinação? Exponencial (fase 1 de um negócio emergente num mercado promissor)? Logarítmica (fase 2 de um negócio emergente num mercado promissor)? Só por essas perguntas entende-se porque os analistas têm diferentes avaliações acerca de um negócio – por isto as ações oscilam de preço e variam de mãos nas Bolsas.
A melhor avaliação apenas termina na metodologia de cálculo. Ela de fato se inicia mais num Plano de Negócio bem feito onde o meio ambiente competitivo (primeiro “filtro” da Hathaway de Buffett), vantagem competitiva, e posicionamento estratégico (segundo “filtro”), competências essenciais (terceiro “filtro”), são levantados.
Só então fazem-se as projeções / estimativas de Receitas, Custos e Lucros (FCL – Lucros livres de investimentos em Giro e/ou Permanente) para avaliar o negócio. Note que o quarto “filtro” citado por Charlie Munger, Vice-Presidente da Hathaway Berkshire, é o “preço de barganha” + “margem de segurança”. O que isto significa?
Buffett faz uma Avaliação criteriosa para comprar se o preço da ação estiver abaixo daquele que encontrou. Como essas avaliações são sujeitas a erros devido às várias suposições envolvidas nas estimativas, ele procura se garantir através de uma “margem de segurança”, isto é, ele faz uma análise da variação possível dessa ação. Análise de Risco em Finanças é isto: avaliar a variação provável de uma ação, de um ativo.
Na última Lição vamos examinar como uma pequena / média empresa pode tirar proveito das Lições de Buffett.
Veja Também:
Lições de Investimento de Buffett (1)
Lições de Investimento de Buffett (2)
Lições de Investimento de Buffett (3)
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